segunda-feira, 29 de junho de 2009

Viagens








O sertão seridoense, cantado em verso e prosa, abriga uma natureza selvagem e muita beleza, formada por rochas, trilhas, rios, açudes, tanques naturais e vegetações rasteiras. Sertão mítico, de vaqueiros corajosos, que varam a espinhosa vegetação da caatinga em sua roupa-de-couro, em desabaladas carreiras, na "pega" do boi bravo, sem outro equipamento senão suas mãos e sua coragem. "A beleza aqui é como se a gente a bebesse, em copo, taça, longos, preciosos goles servida por Deus. É de pensar que também há um direito à beleza, que dar beleza a quem tem fome de beleza é também um dever cristão", disse o escritor Guimarães Rosa, sobre o sertão, na obra-prima "Grande Sertão: Veredas". Beleza presente na Região do Seridó, no Rio Grande do Norte, onde os apaixonados pelo ecoturismo vão ficar encantados com os sítios arqueológicos, suas inscrições rupestres e as mais belas paisagens. Somadas a tudo isso, temos a beleza do artesanato da região, a culinária de dar água na boca e a cultura sacra, que inspira a fé do sertanejo





Aspectos da Região


O Seridó abriga a caatinga, bioma único no mundo, exclusivamente brasileiro. A caatinga é um tipo de formação vegetal com características bem definidas: árvores baixas e arbustos que, em geral, perdem as folhas na estação das secas. Ao caírem as primeiras chuvas no início do ano, a caatinga perde seu aspecto rude e torna-se rapidamente verde e florida. Na caatinga seridoense, estão importantes sítios arqueológicos, sinais inequívocos de uma cultura ancestral. Segundo Câmara Cascudo, os indígenas chamavam “itacoatiara” as pedras com letreiros, desenhos, riscos e figuras geométricas encontradas nas rochas e cavernas do sertão.


religiosidade é uma marca do seridoense. Um povo de fibra, que preza e cultiva a tradição. Uma das mais antigas paróquias (Freguesias) do Rio Grande do Norte foi instalada justamente no Seridó, na cidade de Caicó, em 1748. A religiosidade contribui, de forma decisiva, na cultura seridoense, para um forte sentimento de identificação e de pertencimento à região.As festas das padroeiras são espetáculos inesquecíveis de fé e devoção. Momentos raros de os devotos se inserirem na polifonia festiva que são as homenagens aos santos que ajudaram os seridoenses na longa travessia até os dias atuais.As procissões e novenas são também momentos de os seridoenses renovarem suas esperanças em dias melhores. Esses festejos podem ser considerados cartas de apresentação da região. Presentes no calendário de todas as cidades seridoenses, as festas religiosas têm o poder de redirecionar as práticas do cotidiano, onde toda a cidade se veste de festa em louvor a seu padroeiro(a), reforçando a identidade de uma região festiva e acolhedora.


O sociólogo pernambucano Gilberto Freyre disse uma vez que "uma cozinha em crise significa uma civilização inteira em perigo de descaracterizar-se". Esse perigo o Seridó jamais conheceu, pois sua culinária sempre foi pujante e marcante, criando fama em todo o país. Da tradicional carne-de-sol aos famosos queijos de coalho e manteiga, passando pelos bolos e biscoitos artesanais, a gastronomia seridoense deixa qualquer um de água na boca.A influência do povoamento pelos portugueses não poderia deixar de consolidar e perpetuar, na região, costumes tradicionais relacionados à cozinha e culinária que se expressam, na sua maior plenitude, na produção artesanal de bolos, biscoitos e licores típicos.O cafezinho da tarde, acompanhado de biscoitinhos e outras guloseimas, é uma tradição arraigada na região. Os nomes são os mais variados, como tarequinhos, sequilhos de goma de mandioca e raiva, biscoitinhos de preparo simples à base de açúcar, amido de mandioca, margarina, ovos e leite de coco. As boleiras (aquelas que fazem bolos e, por extensão, biscoitos) detêm o segredo do que denominam localmente de "iscas", através de receitas que vêm sendo passadas de geração a geração.



A cultura está bem presente no dia-a-dia dos seridoenses. Na arquitetura de suas igrejas e sobrados e nas casas antigas das fazendas; em seus museus, que guardam relíquias referentes aos ciclos econômicos vividos pela região: da pecuária, da mineração e do algodão; na rica coleção de obras sacras, que podem ser encontradas nas igrejas e nas residências. A musicalidade é outro traço cultural inconfundível do seridoense. A região é um celeiro de bandas de música. A arte de bordar nesta região do Rio Grande do Norte é sinônimo da imaginação e da pureza criativa das mulheres que vivem no mundo rural.São diversos os tipos de bordados executados pelas artesãs do Seridó, desde os afamados e tradicionais bordados feitos em peças de linho aos de algodão: toalhas, panos, centros de mesa, lenços. O bordado e a renda são o espelho da alma de quem os executa, buscando inspiração na natureza de contrastes, agreste ou suave, tons garridos e leves do sertão.
Cidades do Roterio Seridó ;



Caico -RN

Em Caicó, rios, pedras, grutas e serras, como a Serra de São Bernardo, a Serra da Formiga, a Serra da Caridade e a Pedra da Baleia, são cenários perfeitos para o rapel, escalada, rali de motos, mountain bike, acampamentos, trilhas e trekking. Na cultura caicoense, destaca-se a Irmandade dos Negros do Rosário, criada em 1771, que até hoje comemora seus rituais com uma coreografia toda própria, utilizando lanças e danças tribais ao som de tambores seculares. Destaque também para o artesanato, a Festa de Sant’Ana e o carnaval. Caicó carrega o título de “terra do bordado”, se sobressaindo internacionalmente pela qualidade de seus bordados. Depois de correr, passear e se extasiar com tanta beleza, é hora de provar a extraordinária carne-de-sol e os queijos de manteiga e coalho, além dos deliciosos doces e biscoitos caseiros. Caicó é o maior município do Seridó e a sua povoação começou na Fazenda Penedo, em 1735. Foi elevada à condição de vila em 1788, sob o nome de Vila Nova do Príncipe. Em 1868 foi alçada à categoria de cidade, recebendo os nomes de Cidade do Príncipe (1868), Cidade do Seridó (1890) e, finalmente, Caicó (1890).

Parelhas-RN

É um município que detém inúmeros recursos minerais, tendo destaque a produção de turmalina, água-marinha, granada, ametista, entre outras pedras semipreciosas. O Planalto da Borborema, um conjunto de serras - das Queimadas, da Coruja, da Areia, do Tibiri, da Maniçoba, das Gargantas, do José Elias e do Maribondo -, revela a beleza virgem do lugar e as diversas oportunidades de passeios: caminhadas, trilhas para jipeiros, cavalgadas e o que a sua imaginação pedir, até sentar-se, calmamente, para se deliciar com o mais belo pôr-do-sol. Imagem que purifica nossa mente e emociona de verdade.A cidade originou-se da Fazenda Boqueirão, criada em 1865. O sítio era considerado um ponto de encontro de beradeiros com destino à Paraíba e de cavaleiros que passavam com freqüência para a feira de Conceição do Azevedo, hoje, Jardim do Seridó. Havia uma ampla estrada nos caminhos da Fazenda Boqueirão por onde cavaleiros e boiadeiros corriam lado a lado, pegando parelha. Surgiu daí o nome da localidade.



Lagoa nova-RN
Situada na SERRA DE SANT'ANA, Rio Grande do Norte, a uma altitude de 733m acima do nível do mar, com uma vegetação verde predominando a plantação do cajueiro (um dos maiores produtores do Rio Grande do norte), mandioca, (fabricação da farinha de mandioca consumida em todo o Brasil) graviola e pinha.Temperatura oscilante entre 14ºC a 22ºC de acordo com o período do ano, sendo o período mais frios de maio a outubro. O turismo está chegando com muita força, sendo mais um segmento para nossa economia.Somos privilegiados pela natureza com belas paisagens e belos panoramas serranos. Aqui promovemos o verdadeiro encontro do Homem com a Natureza.





Jardim do Seridó

O município de Jardim do Seridó oferece sítios arqueológicos, com locais para caminhadas, trilhas e passeios de canoas e cavalgadas. Conhecer o rio Seridó, passando pelos escarpados lajedos, onde se descobre um pequeno lago de águas calmas e várias cachoeiras, conhecido como Poço da Moça, é ter a certeza de que a natureza é pródiga e surpreendente. Os atrativos histórico-culturais chamarão também sua atenção, como os casarios, igrejas e sobrados, com arquitetura secular. Os biscoitos caseiros feitos na cidade, conhecidos popularmente como raivas, tarequinhos e sequilhos de goma de mandioca, são apreciados em todo o Rio Grande do Norte.O povoamento do município começou com a chegada de Antônio Azevedo Maia, nos idos de 1770, que se tornou proprietário de um sítio comprado ao Sargento-Mor Alexandre Nunes Matos e deu-lhe o nome de Fazenda Conceição. Desmembrado de Acari, em 1858, o povoado de Conceição passou a município com a denominação de Jardim, em virtude da existência de um belo jardim cultivado pelo Capitão Miguel Rodrigues Viana. Em 1874, para diferenciar de Jardim de Angicos, o município passou a ser chamado de Jardim do Seridó. A população atual é 9.297 habitantes.



Currais Novos

Serras, picos, barragens, rios, açudes e lagoas vão injetar mais adrenalina à sua viagem pela Região do Seridó, com a prática de esportes radicais: o rapel, no Pico do Totoró, na Serra do Chapéu e na Pedra do Cruzeiro; e o montanhismo nas serras da Catunda, da Acauã e do Piauí. A Brejuí, uma antiga mina de scheelita, hoje desativada, com 60 quilômetros de túneis e galerias, oferece um espetáculo de cores, proporcionado pelos filões do minério na rocha. As formações rochosas afloram com exuberância, tornando o município conhecido por suas diversas pedras, que são trabalhadas artesanalmente, revelando peças fascinantes.No artesanato, também se destacam a confecção de jarros ornamentais e filtros de barro e a fabricação de bolsas e tapetes de palha. A festa da padroeira do município, Nossa Senhora de Sant’Ana, em julho, é outro marco da cidade. Situada no Seridó Oriental, na divisa com o estado da Paraíba, Currais Novos tem 41 mil habitantes. Antiga aldeia dos índios canindés e janduís, seu nome deve-se à construção, pelo coronel Cipriano Lopes Galvão, de três currais no local, por volta de 1755, o que estimulou o povoamento. A temperatura média durante o ano é de 28º.








Cerro Corá

local de extrema beleza, abriga a nascente do Rio Potengi, onde você irá encontrar o Vale Vulcânico, com os tanques naturais, a Ilha do Sossego, as serras da Rajada e Verde, e o Açude Elói de Souza, construído em 1937. O município, que tem apenas 10 mil habitantes, está localizado numa área serrana, cerca de 575 metros acima do nível do mar, onde a temperatura, em alguns meses do ano, fica abaixo dos 20°. A região ainda lhe proporcionará a descoberta de sítios arqueológicos com suas inscrições rupestres. Como a maioria dos municípios do semi-árido nordestino, Cerro Corá teve seu povoamento e formação caracterizados primeiramente pelo ciclo do gado e mais tarde pelo ciclo do algodão. Data do final do século XIX, a construção das primeiras habitações no “Barro Vermelho”, primeiro nome dado à localidade. A povoação passou mais tarde a chamar-se “Cerro Corá”, em homenagem à última batalha da Guerra do Paraguai.







Carnaúba dos Dantas

Além das serras e do grande número de sítios arqueológicos, entre eles o da Pedra do Alexandre e o Xique-xique, você terá a oportunidade de conhecer o maior santuário religioso do Seridó, o Monte do Galo, fundado em 1927, que recebe milhares de peregrinos todos os anos. Do monte você irá avistar o Castelo Bivar, de arquitetura medieval francesa, que surpreende pelo inusitado. Não deixe também de conhecer a Pedra do Dinheiro, encravada no Sítio Maribondo, responsável por muitas lendas locais. Conta-se que à meia-noite aparece um carneiro de ouro aos pés da pedra fazendo muito barulho. Quem viu, corre até hoje. São histórias e lendas que povoam o imaginário nordestino e que enriquecem a cultura de um povo.A cidade começou com uma pequena propriedade rural, edificada no começo da década de 1860, pelo casal Antônio Dantas de Maria e Hermínia Maria da Conceição. Em Carnaúba dos Dantas, nasceu o músico e compositor Tonheca Dantas, um dos nomes mais expressivos da história artística do Rio Grande do Norte. Sua obra é vasta e enriquecida pela beleza da melodia de suas marchas, dobrados e valsas, entre as quais "Royal Cinema".




Acari
Considerada a cidade mais limpa do Brasil e abriga um importante acervo religioso do século XVIII. A Igreja de Nossa Senhora do Rosário e o Museu Histórico de Acari, por exemplo, foram tombados pelo Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, em 1964. Esta cidade ainda oferece belas paisagens e uma natureza privilegiada. A Serra do Bico da Arara abriga em suas grutas, de março a setembro de cada ano, milhares de andorinhões, aves migratórias cuja origem ainda é desconhecida. O Açude Gargalheiras, com 40 milhões de metros cúbicos d’água, entre rochas e serras, é um espetáculo de rara beleza rústica. Outros pontos turísticos, como as serras do Pai Pedro e da Lagoa Seca, também fazem parte do roteiro, assim como as formações rochosas naturais que brincam com a imaginação do visitante, como as pedras da Santa, do Avião e do Sapateiro. No Poço do Arthur, são encontradas inscrições rupestres datadas de dez mil anos. Cercada de montanhas e rochedos, Acari é uma das cidades mais antigas do Seridó. Em 1835, desmembrou-se de Caicó e passou a município. Tem 11.182 habitantes. Antiga aldeia dos índios cariris, seu nome tem origem em um tipo de peixe com escamas ásperas e deliciosa carne branca, comum no rio Acauã, que banha parte da região.

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