Aspectos da Região
religiosidade é uma marca do seridoense. Um povo de fibra, que preza e cultiva a tradição. Uma das mais antigas paróquias (Freguesias) do Rio Grande do Norte foi instalada justamente no Seridó, na cidade de Caicó, em 1748. A religiosidade contribui, de forma decisiva, na cultura seridoense, para um forte sentimento de identificação e de pertencimento à região.As festas das padroeiras são espetáculos inesquecíveis de fé e devoção. Momentos raros de os devotos se inserirem na polifonia festiva que são as homenagens aos santos que ajudaram os seridoenses na longa travessia até os dias atuais.As procissões e novenas são também momentos de os seridoenses renovarem suas esperanças em dias melhores. Esses festejos podem ser considerados cartas de apresentação da região. Presentes no calendário de todas as cidades seridoenses, as festas religiosas têm o poder de redirecionar as práticas do cotidiano, onde toda a cidade se veste de festa em louvor a seu padroeiro(a), reforçando a identidade de uma região festiva e acolhedora.
O sociólogo pernambucano Gilberto Freyre disse uma vez que "uma cozinha em crise significa uma civilização inteira em perigo de descaracterizar-se". Esse perigo o Seridó jamais conheceu, pois sua culinária sempre foi pujante e marcante, criando fama em todo o país. Da tradicional carne-de-sol aos famosos queijos de coalho e manteiga, passando pelos bolos e biscoitos artesanais, a gastronomia seridoense deixa qualquer um de água na boca.A influência do povoamento pelos portugueses não poderia deixar de consolidar e perpetuar, na região, costumes tradicionais relacionados à cozinha e culinária que se expressam, na sua maior plenitude, na produção artesanal de bolos, biscoitos e licores típicos.O cafezinho da tarde, acompanhado de biscoitinhos e outras guloseimas, é uma tradição arraigada na região. Os nomes são os mais variados, como tarequinhos, sequilhos de goma de mandioca e raiva, biscoitinhos de preparo simples à base de açúcar, amido de mandioca, margarina, ovos e leite de coco. As boleiras (aquelas que fazem bolos e, por extensão, biscoitos) detêm o segredo do que denominam localmente de "iscas", através de receitas que vêm sendo passadas de geração a geração.
Em Caicó, rios, pedras, grutas e serras, como a Serra de São Bernardo, a Serra da Formiga, a Serra da Caridade e a Pedra da Baleia, são cenários perfeitos para o rapel, escalada, rali de motos, mountain bike, acampamentos, trilhas e trekking. Na cultura caicoense, destaca-se a Irmandade dos Negros do Rosário, criada em 1771, que até hoje comemora seus rituais com uma coreografia toda própria, utilizando lanças e danças tribais ao som de tambores seculares. Destaque também para o artesanato, a Festa de Sant’Ana e o carnaval. Caicó carrega o título de “terra do bordado”, se sobressaindo internacionalmente pela qualidade de seus bordados. Depois de correr, passear e se extasiar com tanta beleza, é hora de provar a extraordinária carne-de-sol e os queijos de manteiga e coalho, além dos deliciosos doces e biscoitos caseiros. Caicó é o maior município do Seridó e a sua povoação começou na Fazenda Penedo, em 1735. Foi elevada à condição de vila em 1788, sob o nome de Vila Nova do Príncipe. Em 1868 foi alçada à categoria de cidade, recebendo os nomes de Cidade do Príncipe (1868), Cidade do Seridó (1890) e, finalmente, Caicó (1890).
Parelhas-RN
Jardim do Seridó
O município de Jardim do Seridó oferece sítios arqueológicos, com locais para caminhadas, trilhas e passeios de canoas e cavalgadas. Conhecer o rio Seridó, passando pelos escarpados lajedos, onde se descobre um pequeno lago de águas calmas e várias cachoeiras, conhecido como Poço da Moça, é ter a certeza de que a natureza é pródiga e surpreendente. Os atrativos histórico-culturais chamarão também sua atenção, como os casarios, igrejas e sobrados, com arquitetura secular. Os biscoitos caseiros feitos na cidade, conhecidos popularmente como raivas, tarequinhos e sequilhos de goma de mandioca, são apreciados em todo o Rio Grande do Norte.O povoamento do município começou com a chegada de Antônio Azevedo Maia, nos idos de 1770, que se tornou proprietário de um sítio comprado ao Sargento-Mor Alexandre Nunes Matos e deu-lhe o nome de Fazenda Conceição. Desmembrado de Acari, em 1858, o povoado de Conceição passou a município com a denominação de Jardim, em virtude da existência de um belo jardim cultivado pelo Capitão Miguel Rodrigues Viana. Em 1874, para diferenciar de Jardim de Angicos, o município passou a ser chamado de Jardim do Seridó. A população atual é 9.297 habitantes.
Currais Novos
Serras, picos, barragens, rios, açudes e lagoas vão injetar mais adrenalina à sua viagem pela Região do Seridó, com a prática de esportes radicais: o rapel, no Pico do Totoró, na Serra do Chapéu e na Pedra do Cruzeiro; e o montanhismo nas serras da Catunda, da Acauã e do Piauí. A Brejuí, uma antiga mina de scheelita, hoje desativada, com 60 quilômetros de túneis e galerias, oferece um espetáculo de cores, proporcionado pelos filões do minério na rocha. As formações rochosas afloram com exuberância, tornando o município conhecido por suas diversas pedras, que são trabalhadas artesanalmente, revelando peças fascinantes.No artesanato, também se destacam a confecção de jarros ornamentais e filtros de barro e a fabricação de bolsas e tapetes de palha. A festa da padroeira do município, Nossa Senhora de Sant’Ana, em julho, é outro marco da cidade. Situada no Seridó Oriental, na divisa com o estado da Paraíba, Currais Novos tem 41 mil habitantes. Antiga aldeia dos índios canindés e janduís, seu nome deve-se à construção, pelo coronel Cipriano Lopes Galvão, de três currais no local, por volta de 1755, o que estimulou o povoamento. A temperatura média durante o ano é de 28º.
Cerro Corá
local de extrema beleza, abriga a nascente do Rio Potengi, onde você irá encontrar o Vale Vulcânico, com os tanques naturais, a Ilha do Sossego, as serras da Rajada e Verde, e o Açude Elói de Souza, construído em 1937. O município, que tem apenas 10 mil habitantes, está localizado numa área serrana, cerca de 575 metros acima do nível do mar, onde a temperatura, em alguns meses do ano, fica abaixo dos 20°. A região ainda lhe proporcionará a descoberta de sítios arqueológicos com suas inscrições rupestres. Como a maioria dos municípios do semi-árido nordestino, Cerro Corá teve seu povoamento e formação caracterizados primeiramente pelo ciclo do gado e mais tarde pelo ciclo do algodão. Data do final do século XIX, a construção das primeiras habitações no “Barro Vermelho”, primeiro nome dado à localidade. A povoação passou mais tarde a chamar-se “Cerro Corá”, em homenagem à última batalha da Guerra do Paraguai.
Carnaúba dos Dantas
Acari
Considerada a cidade mais limpa do Brasil e abriga um importante acervo religioso do século XVIII. A Igreja de Nossa Senhora do Rosário e o Museu Histórico de Acari, por exemplo, foram tombados pelo Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, em 1964. Esta cidade ainda oferece belas paisagens e uma natureza privilegiada. A Serra do Bico da Arara abriga em suas grutas, de março a setembro de cada ano, milhares de andorinhões, aves migratórias cuja origem ainda é desconhecida. O Açude Gargalheiras, com 40 milhões de metros cúbicos d’água, entre rochas e serras, é um espetáculo de rara beleza rústica. Outros pontos turísticos, como as serras do Pai Pedro e da Lagoa Seca, também fazem parte do roteiro, assim como as formações rochosas naturais que brincam com a imaginação do visitante, como as pedras da Santa, do Avião e do Sapateiro. No Poço do Arthur, são encontradas inscrições rupestres datadas de dez mil anos. Cercada de montanhas e rochedos, Acari é uma das cidades mais antigas do Seridó. Em 1835, desmembrou-se de Caicó e passou a município. Tem 11.182 habitantes. Antiga aldeia dos índios cariris, seu nome tem origem em um tipo de peixe com escamas ásperas e deliciosa carne branca, comum no rio Acauã, que banha parte da região.
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